Escravas do risco: bioética, mulheres e Aids
Palavras-chave:
Bioética, HIV, AIDS, GêneroSinopse
Este livro propõe uma explicação moral para o crescimento da epidemia do HIV/Aids entre mulheres. A afirmação central do livro é que a subordinação de gênero, ao cercear a autonomia feminina, impõe uma desigualdade estrutural às mulheres que as impede de negociar métodos de proteção para as doenças sexualmente transmissíveis. Escravas do risco é um título provocativo e incômodo, que, contudo, toca no cerne da vulnerabilidade feminina à epidemia.
As mulheres são vulneráveis à Aids não apenas por uma fragilidade do corpo feminino à doença, mas principalmente pelos padrões de socialização de gênero dominantes em diferentes sociedades. É na subordinação das mulheres aos homens, traduzida, no campo da reprodução e da sexualidade, em uma dificuldade moral de negociar o duplo método, que se encontra a principal explicação para a feminização da epidemia, segundo Dirce Guilhem.
Reconhecer a vulnerabilidade feminina à epidemia e, provocativamente, descrever as mulheres como escravas de um risco imposto pela socialização é um dos desafios argumentativos deste livro. Certamente não são todas as mulheres escravas da subordinação de gênero, mas a intenção do livro não é descrever a capacidade de negociação de cada mulher. O livro é mais ambicioso: a proposta é enfrentar os discursos morais dominantes, os valores que facilitam a feminização da epidemia.
Débora Diniz
Antropóloga, professora da UnB
Capítulos
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Prefácio
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Apresentação
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Prólogo
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Capítulo 1 - A construção histórico-moral da vulnerabilidade feminina diante do HIV/Aids
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Capítulo 2 - Bioética crítica e vulnerabilidade
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Capitulo 3 - Mulheres e vulnerabilidade
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Capítulo 4 - A etnografia da vulnerabilidade
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Conclusão - Uma epifania do poder feminino de decisão
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Referências bibliográficas
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Anexos - Sobre a amostra
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