II Jornada de Corruptione : atas
Palavras-chave:
Corrupção na política - Aspectos históricosSinopse
É com prazer que apresentamos as atas da II Jornada De Corruptione. Esse evento, organizado no seio do grupo de pesquisa De Corruptione, foi realizado no dia 26 de janeiro de 2023. O De Corruptione foi fundado em 2019 na Universidade de Brasília. Hoje, o grupo reúne desde alunos de Iniciação Científica até professores doutores, vindos tanto de universidades brasileiras (UnB, USP, UFFS) quanto estrangeiras (Universidade Autónoma de Lisboa, Universidad Nacional de Costa Rica).1 Assim como na primeira edição do evento, realizada nos dias 19 e 20 de novembro de 2020, o propósito da II Jornada De Corruptione se manteve o mesmo: apresentar as pesquisas em curso dos membros do grupo sobre como estudar o problema da corrupção na Idade Média. O evento dá espaço aos seus membros tanto para apresentar as particularidades de seus trabalhos individuais (como a cronologia e o corpus documental selecionados), quanto para refletir conjuntamente sobre os desafios teórico-metodológicos de se buscar estudar a corrupção em sociedades antigas, que não contaram com uma burocracia estatal similar à das nações contemporâneas. O De Corruptione se propõe a analisar o problema da corrupção especialmente no campo político. Essa proposta vai além do que o texto das leis hoje define como corrupção, podendo abranger, mas não devendo necessariamente se restringir à venalidade dos agentes públicos.2 Os membros do grupo se debruçam sobre diversos discursos do passado que apresentam preocupações e acusações quanto a um problema de corrosão, seja, por exemplo, na atuação de agentes (como reis e juízes); na administração de bens públicos ou de finalidade coletiva; ou ainda em um modelo moral projetado para um grupo. Consequentemente, as Jornadas e os outros eventos do De Corruptione suscitam discussões também quanto ao que os autores do passado afirmaram ser alvo de corrupção.3 Nossos pesquisadores devem refletir criticamente sobre o significado de termos como “bem comum”, “bom governo”, “coisa pública” e “virtudes”, os quais podem surgir nos seus corpora documentais. Tão importante quanto isso é a reflexão quanto a quem buscou ter, no passado, autoridade para definir as práticas corruptas e o que motivou tais escritores a tratar desse assunto em suas obras.
Capítulos
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Apresentação
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Accountability: uma chave interpretativa para as práticas anticorrupção no reinado de D. Dinis (Portugal, séc. XIII-XIV)
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Corrupção e a trajetória política de Cosme de Médici (séc. XV): problemas iniciais de uma pesquisa
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Desvios e descaminhos. A corrupção nas Ordenações Afonsinas (século XV)
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Virtude e corrupção na Matéria de Bretanha: reflexo ou influência de um modelo político medieval?
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As cantigas satíricas e os discursos sobre corrupção nos cancioneiros galego-portugueses
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As transgressões cavaleirescas na construção dos modelos de conduta nas obras de Chrétien de Troyes e no “Elogio” de São Bernardo de Claraval
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Implicações políticas da potência corruptora do diabo em narrativas de milagres (séc. XIII-XIV)
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A corrosão da virtude em Fernão Lopes: o caso da justiça de D. Pedro
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O Rei e o Diabo - apontamentos iniciais sobre a dicotomia entre corrupção e virtude no reinado de Alfonso X
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A construção de uma imagem de corrupção por Gregório de Tours: entre a moral e a política (séc. VI)
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Poder público, medidas anticorrupção e conflito nas Ordenações Afonsinas (Portugal, séc. XV)
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A corrupção na Mesa do Santo Ofício português: algumas considerações
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Centralização versus corrupção? Relações entre o clero e o poder civil em Santiago de Compostela no final do século XI
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Os abusos dos bens eclesiásticos nos cânones conciliares gálicos e hispânicos dos séculos VI-VII
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Uma política de anticorrupção? O poder Imperial e o conflito de normas acerca da corrupção clerical (1073-1084)
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