Um grito no ar: comunicação e criminalização dos movimentos sociais
Palavras-chave:
Comunicação, Movimentos SociaisSinopse
Neste volume, 40 lideranças de movimentos sociais de diversos segmentos respondem: Como os Movimentos Sociais são noticiados pela imprensa do seu país? Há diferenças entre os veículos? De alguma forma a imprensa do seu país contribui para a construção de uma imagem estereotipada dos Movimentos Sociais? Consegue identificar as vinculações políticas e ideológicas dos principais veículos de comunicação do seu país? Há diferença da cobertura dos Movimentos Sociais pela imprensa do seu país e da mídia internacional? Qual a importância da imprensa para os Movimentos Sociais e quais as estratégias de comunicação possíveis de serem adotadas para se dialogar diretamente com a sociedade?
Este trabalho de perscrutação realizado por ângulos diversos apresenta pontos de convergência importantes como o que revela a oposição sistemática e generalizada da mídia tradicional aos movimentos sociais, sobretudo do Jornalismo, que minimiza, ridiculariza e, algumas vezes, confronta e criminaliza esses movimentos. Torna-se assim evidente o que os defensores da democratização dos meios de comunicação há muito denunciam: a falta de pluralidade e diversidade de conteúdos e formatos, o pensamento único que viceja nos veículos de comunicação e a exclusão das diferenças e dos projetos provindos dos movimentos sociais. Também fica evidenciado que o movimento social não tem sido indiferente às transformações do campo da comunicação, especialmente após o ingresso das tecnologias digitais e das mídias sociais. A possibilidade de lançar mão dos instrumentos de comunicação que se colocaram disponíveis mais contemporaneamente não apenas renova as trocas de informação como também fortalece novos vínculos e cria novas formas de articulação, mobilização e participação que enriquecem as lutas e diversificam as bandeiras voltadas para a promoção da cidadania e construção de uma esfera pública mais democrática.
Mais do que o registro do momento histórico ou uma crítica à atuação midiática, estabelece-se um convite para novas leituras. Algumas pistas mostram-se especialmente férteis, sobretudo a da análise das estratégias discursivas dos veículos, que habilmente falam e calam em busca de determinados efeitos, e o diálogo das mídias tradicionais com as redes sociais, pautando-se e sendo pautadas no reforço de ou no embate com diferentes visões de mundo.
Capítulos
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Apresentação
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ALEXANDRE MARCELO BUENO - Movimentos sociais e seus simulacros
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ANA JÚLIA RIBEIRO - A mídia quer nos colocar para baixo
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ANINHO MUCUMDRAMO IRACHANDE - Identidade, reivindicações e diálogo
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BEATRIZ VARGAS RAMOS GONÇALVES DE REZENDE - Em defesa da regulação da mídia
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BRUNELA VINCENZI - Pelas narrativas dos refugiados
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CARLA CERQUEIRA - Marcas da ditadura em Portugal
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CAROLINE KRAUS LUVIZOTTO - Luta árdua, penosa e duradoura
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CICILIA M.KROHLING PERUZZO - Movimentos populares entre a omissão, a superficialidade ou a criminalização da mídia
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CLAUDIA SANTIAGO GIANNOTTI - Síndrome do pensamento único
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DÁRIO BOSSI - Direitos ambientais são direitos humanos
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DEOLINDA CARRIZO - A importância dos meios de comunicação dos movimentos sociais
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EDNA CALABREZ MARTINS - Enfrentamento da invisibilidade das mulheres
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ERIKA CAMPELO - Desconstrução dos estereótipos sobre as minorias
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FRANCESCA GARGALLO - Feminismo como ação política
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FREI SERGIO ANTONIO GÖRGEN - Temos uma causa e nela está a nossa força
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GIOVANNI FELIPE ERNST FRIZZO - Valorização da imprensa contra-hegemônica
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JOSÉ CARLOS DO NASCIMENTO GALIZA - Convencer a sociedade de que nossas pautas são válidas
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JOSÉ VALDIR MISNEROVICZ - Vale a pena lutar e se organizar
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KEILA SIMPSON - Cidadania das pessoas trans
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LAM MATOS - Pressa de viver de forma digna
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LYDIA ALPIZAR - Defender as defensoras dos Direitos Humanos
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MÁRCIO ZONTA - Emancipação da classe trabalhadora
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MARCOS WILLIAN CAMPOS DE OLIVEIRA - Quebrando a blindagem da mídia tradicional
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MARIA EDUARDA DA ROCHA MOTA - Trabalho de base e socialização política
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MARIA LUCIA LOPES DA SILVA - Resistência ao projeto neoliberal
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MARINA POGGI - La sociedad en red actualiza los movimientos sociales e sus luchas
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MIGUEL STEDILE, SOLANGE ENGELMANN, IRIS PACHECO - Comunicação e organicidade do MST
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MÔNICA CUNHA - Não se pode matar nossos filhos e nos manter caladas
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OMAR CERRILLO GARNICA - Ativismo digital no México
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PRISCILA GAMA - Ações afirmativas contra o racismo
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RAFAEL FORTES - Ai de quem quebrar a vidraça de um banco
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RENATO JANINE RIBEIRO - A política precisa de diálogo
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ROMERO JÚNIOR VENÂNCIO SILVA - A libertação dos trabalhadores será própria dos trabalhadores
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ROUSILEY CELI MOREIRA MAIA - Desafios dos ativistas em ambientes sociais interconectados
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TÂNIA CRISTINA CRUZ - Hoje é mais difícil diluir ou violentar direitos populares
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TÂNIA MARIA SILVEIRA - Qualquer grito no ar é um incentivo
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THIAGO APARECIDO TRINDADE - Momento de rearticulação e reagrupamento da esquerda
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VAGNER FREITAS - Ser visível é questão central
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Capa
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As organizadoras
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Referências
MARINA POGGI - La sociedad en red actualiza los movimientos sociales e sus luchas
Castells, Manuel (2012), Redes de indignación y esperanza. Los movimientos sociales en la era de Internet, Alianza Editorial, Madrid.
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Liceaga, Gabriel (2012), “Las luchas campesinas en Mendoza. Reflexiones a partir de la acción colectiva de la Unión de Trabajadores Rurales sin Tierra”, en Bravo, Nazareno (editor), (Re)inventarse en la acción política, EDIUNC, Universidad Nacional de Cuyo, Mendoza, pp. 117- 157.
Ouviña, Hernán (2004), Zapatistas, piqueteros y sin tierra: nuevas radicalidades políticas en América Latina., [en línea] http://www.panuelosenrebeldia.com.ar/content/view/509/193/
Santos, Milton (2005), “O retorno do territorio”, en OSAL, Nº 16, CLACSO, Buenos Aires.
Ziberich, Raúl (2003), “Los movimientos sociales latinoamericanos: tendencias y desafíos”, en OSAL, Nº 9, Buenos Aires, CLACSO.