Portal de Livros da UnB

Universidade Nova: textos críticos e esperançosos

Naomar de Almeida Filho — 2025-02-13

Jorge Luis Borges, num conto triste intitulado "Utopia de un hombre que está cansado", toma como epígrafe Quevedo: "(...) utopia, voz griega cuyo significado es no hay tal lugar". O termo utopia estabeleceu-se como sinônimo de projeto irrealizável, lugar impossível. Num momento recente, tornou-se popular a declaração de que vale a pena lutar por utopias. Sinceramente, discordo. Acho o utopismo patético e melancólico. Para mim, a luta que vale a pena é por lugares possíveis.
A Universidade Nova não é uma utopia. Trazemos, sim, uma proposta provocadora, realista, viável, portanto realizável; seguimos um movimento assumidamente desejante, mobilizador, histórico (no sentido de operado pela ação humana). Por tudo isso, proponho chamá-la de "protopia". Ao neologismo se aplica a mesma etimo-lógica do termo utopia. Mas atenção: no lugar da negação, do vazio, temos o prefixo "pro", a favor de, na direção de, atuante (como em "proativo"). Criamos, aqui, um movimento a favor de um lugar; movemo-nos em direção a esse lugar; nesse movimento, construímos o novo lugar, nossa protopia, a Universidade Nova.
O Autor

Ensaios sobre a evolução dos sistemas econômicos

Sergio Couri — 2025-02-11

O presente livro reúne ensaios, escritos entre 1976 e 1982, que traduzem algumas inquietações em matéria de mudança econômica e social.

Entre escombros e alternativas: ensino superior na América Latina

Benício Viero Schmidt — 2025-02-11

O mundo no qual vivemos hoje é um mundo de incertezas. Incertezas provocadas, entre outros fatores, pelo paradoxo intrínseco à nossa sociedade altamente instável: a utilização social do conhecimento científico como fonte legítima e fidedigna de possibilidade de resolução dos inúmeros problemas humanos provocou, ao mesmo tempo, o surgimento de novas questões. A intensidade e a velocidade atual de produção, comercialização e difusão do conhecimento científico é uma das fontes geradoras do alto grau de instabilidade social no qual vivemos. Estamos na sociedade do conhecimento.
O ensino superior constitui uma das formas clássicas de difusão deste conhecimento. As universidades, os loci históricos de produção. Esta nova engrenagem social impõe nova dinâmica também a essas instituições que, na América Latina, caracterizam-se por especificidades econômicas, políticas e culturais.
É o que se dispõe a analisar este livro: a dinâmica do ensino superior, da universidade, da ciência & tecnologia e da profissão
acadêmica na América Latina. E quais as possibilidades de futuro para cada uma delas, na atual conjuntura mundial.

O Estado e as Relações Internacionais: o domínio reservado dos Estados na prática das Nações Unidas e organizações regionais

Antônio Augusto Cançado Trindade — 2025-02-07

O presente trabalho de autoria do professor Cançado Trindade destina-se ao estudo das Relações Internacionais e disciplinas de domínio conexo, ao examinar uma questão que anima acirrado debate no âmbito tanto do Direito Internacional quanto da prática política internacional. No passado, o estudo do domínio reservado dos Estados nas relações internacionais não raro partia das próprias reivindicações destes, o que trazia uma série de dificuldades para o abordamento científico do tema. Com o advento relativamente recente das organizações internacionais, modificaram-se os dados do problema. E justamente do confronto das reivindicações dos Estados com a interpretação dos órgãos políticos e judiciais internacionais que o professor Cançado Trindade, com o conhecimento de quem já atuou como assessor jurídico do Escritório da ONU em Genebra, examina e avalia os desenvolvimentos do domínio reservado dos Estados nas relações internacionais, particularmente nas três últimas décadas.
Pela inclusão do presente estudo no Curso de Introdução à Ciência Política da Universidade de Brasília, proporciona-se aos leitores uma visão mais clara, através dos diversos casos examinados, do problema da delimitação do âmbito de atuação supostamente exclusivo dos Estados no cenário internacional, de como têm sido tratadas as reivindicações de domínio reservado dos Estados nos foros internacionais, e das implicações teóricas suscitadas pela prática internacional a esse respeito.
Poder-se-ia, ademais ressaltar as possíveis relações entre esta prática e as teorias do Estado e da soberania no plano interno, que são tratadas pelos professores Nelson Saldanha e Paulo Bonavides em outra unidade de estudo do Curso, consagrada à teoria do Estado e às formas de Estado e governo. Cabe, enfim, acentuar que o presente estudo destina-se à programação da Universidade de Brasília de edição de pesquisas que sirvam aos propósitos do aprendizado autônomo; ao texto e às notas seguem-se indicações bibliográficas e questões que permitam aos leitores verificar e desenvolver por si próprios o grau de compreensão e retenção do aprendizado.

Educação, município e cidadania

Carlos Alberto Vieira — 2025-02-07

Este curso tem o compromisso de fornecer um material reflexivo sobre questões que envolvam a vida municipal, sobretudo as relacionadas com a educação de adultos, a educação comunitária e a popular, contribuindo com elementos conceituais e práticos que facilitem a sensibilização, a mobilização e a organização das pessoas, e dos serviços comunitários visando à definição de propostas flexíveis, descentralizadas e regionalizadas de mudança social.
Por todo o curso, perpassa a idéia central da importância da pessoa humana, da vida comunitária, de uma boa administração da (própria vida individual e da vida comunitária), administração no bom sentido da palavra, que é, fundamentalmente, fazer as coisas que devem ser feitas da melhor maneira possível, com eficiência, com eficácia e com simplicidade, visando ao bem público.